Rio de Janeiro, 16 mai (EFE).- A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva assumiu neste domingo a candidatura à Presidência pelo Partido Verde (PV) e se ofereceu para renovar a política com ética e transparência e assim fazer frente aos novos desafios econômicos, sociais e ambientais do Brasil.
"O PT perdeu sua capacidade de conectar-se com as utopias do século XXI", afirmou Marina ao falar do partido que ajudou a criar representado no Governo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ela deseja suceder após as eleições de outubro.
A política de 52 anos está em terceiro nas pesquisas, atrás da candidata do Governo, Dilma Rousseff (PT), e do opositor José Serra, (PSDB), a quem pediu "respeito" e uma "campanha limpa".
Marina insistiu especialmente na necessidade de erradicar a corrupção e reivindicou um novo modelo de relação do Governo com os cidadãos, mais participativo e respeitoso.
Ela colocou como exemplo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o candidato verde à Presidência da Colômbia, Antanas Mockus, em quem vê "indícios" do novo estilo de governar que reivindica para o Brasil.
"Devemos reinventar a maneira de caminhar na política, ser intolerantes com a corrupção, fazer uma gestão pública baseada na transparência e na competência e desenvolver políticas cidadãs, baseadas em princípios e valores", relatou.
A ex-ministra, que esteve vinculada ao PT durante 30 anos e saiu do Governo em 2008, louvou as políticas sociais de Lula e também as reformas econômicas empreendidas por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, que "pôs as bases para fazer os investimentos de hoje".
No entanto, olhou o presente e ressaltou que o Brasil vive uma "crise social", que se une aos problemas econômicos mundiais e à "crise ambiental de consequências dramáticas".
Na área ambiental, repassou as conquistas dos grupos ambientalistas no mundo todo e citou a cúpula de Copenhague, na qual por seu empenho conseguiu fixar metas para a redução dos gases do efeito estufa.
Ela propôs caminhar em direção a um desenvolvimento sustentável, com o uso das fontes de energia alternativa, que contribuam para uma economia com baixas emissões de gases carbônicos em convivam bem com uma "indústria próspera".
Para dar mais seriedade a sua proposta econômica, a candidata do PV anunciou neste domingo seu companheiro de chapa: o empresário Guilherme Leal, um dos homens mais ricos do Brasil, dono do grupo de cosméticos Natura.
Leal, de 56 anos, é um empresário próspero que fez fortuna com a produção de cremes e perfumes com produtos biologicamente corretos, o que o levou a ocupar este ano o posto 463 na lista de milionários elabora anualmente pela revista americana "Forbes".
A candidata assegurou que a fórmula que integra com Leal representa a "aliança" entre uma militante socioambiental e um "empresário progressista" de sucesso e ressaltou o compromisso com o meio ambiente de seu companheiro.
Também lembrou sua origem humilde, o povoado amazônico isolado no qual nasceu como uma "filha dos excluídos" e utilizou algumas passagens de sua vida, como sua alfabetização tardia, aos 16 anos, para ressaltar a necessidade dos investimentos na educação.
(http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5ifxnAX8bqj-d8F8TjFkhxmb3ZMZQ - De Agencia EFE)
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