(Artigo escrito com a colaboração de um grande brasileiro - Silvio Bellbute, especialista em desenvolvimento de território)
É comum associarmos os conceitos de Socialismo e Comunismo a Karl Marx e a experiência Russa iniciada em 1917. Mas esta é apenas uma parte da história, não é toda a história. Aliás, é importante entender e conhecer a história e mais ainda compreender o momento histórico em que os autores viveram e suas motivações.
Vamos lá. E de inicio temos que falar em Thomas More e de sua obra “Utopia” de 1516, onde descreve uma “ilha-reino” ideal, sem misérias, uma sociedade perfeita, onde existiria a colaboração e cooperação entre seus habitantes. More cunhou a expressão a partir do grego “utopos” significando “lugar nenhum”. Alguns estudiosos avaliam como sendo a inspiração e de onde surge o termo “socialismo”.
Entre os entusiastas, fundadores da doutrina, podemos destacar: Claude-Henri de Rouvroy, economista francês, mais conhecido como Conde de Saint-Simon. É em suas obras que aparecem a inscrição "a cada um segundo sua capacidade, a cada capacidade segundo seu trabalho"; François Marie Charles Fourier, socialista francês, crítico do capitalismo, do conservadorismo e do cristianismo; Louis Jean Joseph Charles Blanc, socialista francês e líder da Revolução de 1848 que com apoio dos liberais derrubou a monarquia e fundou a Segunda República; Robert Owen, humanista e reformista escocês, considerado um dos fundadores do cooperativismo. Nos EUA levou adiante um experimento socialista, criando New Harmony.
O ponto em comum entre eles são a critica ao liberalismo, ao capitalismo e a Revolução Industrial, que não resolveu os problemas sociais, ao contrário, os agravou. Desejavam um estado forte e uma sociedade de iguais.
Foram duramente criticados por Karl Marx, que os chamou de “Socialistas Utópicos”. Marx então cria o “Socialismo Científico”. Os “Socialistas Utópicos” defendem a tecnocracia, planejamento industrial, planejamento social racional e estimulam a meritocracia. Já Marx defende a estatização dos recursos, da produção e da propriedade, como formas de redistribuir a riqueza em busca da igualdade social. Mas advertia que tais objetivos somente seriam atingidos com a Revolução do Proletariado.
É Marx que busca uma interpretação sócio-econômica da história, criando os conceitos da luta de classes, da “mais valia” e da revolução socialista. Esta metodologia ficou conhecida por “materialismo histórico”. A formulação marxista "não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência", deixa clara sua visão da sociedade. O “materialismo” de Marx se opõe ao “idealismo” de Hegel.
Bom, tentando ser mais claro: para Marx tudo gira em torno da estrutura econômica e o capitalismo está fadado à extinção. O socialismo, surgido pela revolução do proletariado, com a falência do capitalismo, seria apenas uma transição ao Comunismo. Este sim o sistema ideal, sem estado, onde haveria finalmente igualdade social.
Na formula de Marx, uma sociedade altamente industrializada seria o grande campo para o surgimento do Socialismo. Mas a história decidiu que tal ocorresse na Rússia, então eminentemente agrícola.
(Na segunda parte, vamos analisar o momento histórico e as motivações de seus fundadores.)
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